Os professores da rede municipal de ensino do Recife decretaram, por unanimidade, estado de greve contra a proposta de reajuste salarial de 1,5% apresentada pela gestão João Campos (PSB) para 2025. Uma assembleia foi realizada nesta quinta-feira (10), no Pátio da Prefeitura, onde o estado de greve foi decretado. O Sindicato dos Professores da Rede Municipal do Recife (SIMPERE) classificou a proposição de reajuste como “inaceitável” e “afronta ao magistério”.
De acordo com o sindicato, a proposta apresentada pela gestão municipal inclui aumento de apenas R$ 1 no tíquete-alimentação. A coordenadora geral do SIMPERE, Anna Dias, explicou que o reajuste esperado é de 6,27%, como previsto no Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério, proposto pelo Ministério da Educação (MEC). A porcentagem tem impacto em toda a carreira e pagamento retroativo referente ao mês de janeiro.
“A Lei Federal nº 11.738/2008 estabelece justamente que nenhum prefeito ou governador pode pagar abaixo disso. Recife hoje está descumprindo a lei federal”, disse. Anna Dias também afirmou que os professores enfrentam condições precárias de trabalho devido a problemas como falta de auxiliares em sala de aula para estudantes com deficiência e substitutos.
O SIMPERE afirma que, caso a administração municipal não garanta o cumprimento do piso na próxima reunião, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) será acionado. Um ofício já foi protocolado pelo sindicato na Câmara Municipal do Recife solicitando a atuação da Comissão de Educação.