A juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, negou o pedido feito pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para que a investigação contra a bet Esportes da Sorte e o dono, Darwin Henrique da Silva Filho, fosse arquivada. A decisão foi publicada na última terça-feira (15).
No ano passado, tanto a Esportes da Sorte quanto Darwin Filho foram alvos da Operação Integration, deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE). A operação apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro fruto de jogos de azar e envolveu nomes como a influencidora digital Deolane Bezerra e o cantor Gusttavo Lima.
No pedido de arquivamento parcial feito pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público, os promotores argumentam que a investigação da polícia está baseada na ilegalidade das apostas promovidas pela Esportes da Sorte – o que não valeria mais após a regulamentação do segmento pelo Ministério da Fazenda.
Os promotores também citam uma decisão da própria juíza Andréa Calado da Cruz para bloquear R$ 6,3 milhões da Esportes da Sorte, a pedido da Polícia Civil. As investigações apontam que esse valor teria sido depositado pela empresa na conta de um banco nas Ilhas de Man, no Reino Unido. Para o Ministério Público, autor da ação penal e que não foi consultado sobre o pedido, a magistrada não deveria mais tomar medidas cautelares solicitadas pela polícia sobre o caso.
A juíza discordou da manifestação do Ministério Público de Pernambuco e disse que a polícia tem legitimidade para requerer medidas cautelares, como o bloqueio de bens. Ainda segundo Andrea Calado da Cruz, há fortes indícios de lavagem de dinheiro nas atividades da Esportes da Sorte.
Os autos do processo foram remetidos pela 12ª Vara Criminal do Recife à Procuradoria-Geral de Justiça de Pernambuco, onde será decidido pelo arquivamento ou não da denúncia.