A Região Metropolitana do Recife (RMR) se destaca no cenário nacional por registrar o pior índice de desigualdade de renda do Brasil metropolitano em 2024, de acordo com o Boletim Desigualdade nas Metrópoles, divulgado pelo Observatório das Metrópoles, UFRJ e PUCRS. Apesar de melhorar seus indicadores, a capital pernambucana ainda figura entre os piores resultados do País na questão de renda e desigualdade.
O Recife apresentou o Coeficiente de Gini de 0,556 , o maior entre as 22 regiões metropolitanas analisadas, indicando a maior concentração de renda. Para contextualizar, o índice do conjunto de todas as RMs do país foi de 0,534.
A disparidade no Recife é ainda mais evidente na comparação entre os extremos de renda: em 2024, os 10% mais ricos da RMR ganhavam, em média, 17,6 vezes mais do que os 40% mais pobres. Essa é a quinta maior razão de rendimentos registrada no país. Em 2021, porém, a disparidade na capital pernambucana era de 21 vezes.
RENDA BAIXA E EXTREMA POBREZA
A elevada desigualdade no Recife reflete a situação de rendimento na base da pirâmide social. A RMR registrou um dos menores rendimentos médios para o estrato dos 40% mais pobres em 2024, com apenas R$ 474. O valor superou apenas os de Fortaleza (R$422) e Grande São Luís (R$ 427).
Extrema Pobreza: O Recife também aparece entre as áreas com maior incidência de extrema pobreza, atingindo 4,9% da população em 2024, apesar da forte redução desde 2021, quando o percentual era de 14%.
Na pobreza, o percentual da população do Recife caiu de 50,5% para 31,6%.
Embora os indicadores do cenário local ainda estejam entre os piores do País, o boletim aponta que, em nível nacional, a desigualdade nas metrópoles caiu significativamente desde 2021, impulsionada pelo maior aumento proporcional da renda na camada mais pobre. A taxa de pobreza no conjunto das RMs atingiu o menor valor da série histórica em 2024.
Desde 2021 houve significativa queda das desigualdades nas regiões metropolitanas brasileiras. Entre 2021 e 2024 o coeficiente de Gini – quanto maior, mais elevada a desigualdade – caiu de 0,565 para 0,534. O valor atingido é o menor da série histórica, superando aquele de 2015, quando foi registrado um Gini de 0,539 – até então o menor nível de desigualdade desde 2012. Seguindo esta tendência, se em 2021 a renda do estrato mais rico era 19,2 vezes maior que a do estrato mais pobre, em 2021 essa razão de rendimentos caiu para 15,5 vezes.
Fonte: Jornal do Comercio




















