O número de fraturas de quadril deve crescer de forma preocupante nas próximas décadas. Um estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, aponta que esse tipo de fratura pode dobrar até 2050 em todo o mundo, reflexo direto do envelhecimento da população e da osteoporose. No Brasil, o cenário é ainda mais alarmante: as projeções indicam que os casos podem quadruplicar, chegando a 160 mil fraturas por ano. O alerta ganha força neste mês, em que se celebra o Dia Mundial e Nacional da Osteoporose, nesta segunda-feira, 20 de outubro.
Caracterizada pela perda progressiva de massa óssea, a osteoporose torna os ossos mais frágeis e suscetíveis a fraturas, principalmente no quadril, na coluna e no punho. Mulheres na pós-menopausa e pessoas idosas estão entre os grupos mais vulneráveis.
“Um em cada três idosos sofre pelo menos uma queda por ano. As fraturas de quadril, especialmente nessa faixa etária, são uma emergência médica e podem ter consequências graves. Quando o quadril é afetado, a mortalidade chega a 30% em até um ano”, alerta o ortopedista Júlio Arraes, coordenador de Ortopedia do Hospital Miguel Arraes (HMA/FGH). Segundo o médico, o risco está ligado a complicações que surgem após a fratura, como infecções, trombose, longos períodos de imobilidade e agravamento de outras doenças preexistentes. No HMA, de janeiro a setembro deste ano, foram realizadas 99 cirurgias de fêmur proximal, região localizada próxima ao quadril, muito comum em pacientes portadores de osteopenia e osteoporose. Fraturas desse tipo, além de limitarem a mobilidade e a execução de tarefas do dia a dia por longos períodos, podem colocar em risco a vida do paciente.
Entre as mulheres, a osteoporose também preocupa. Acima dos 45 anos, a doença é responsável por mais dias de internação hospitalar do que problemas como diabetes, infarto e câncer de mama. “As fraturas de quadril são as mais graves e podem aumentar o risco de morte em até 20% nos dois anos seguintes. Além disso, mais da metade das pacientes sobreviventes passa a conviver com limitações funcionais”, explica o especialista.
Doença silenciosa, mas de alto impacto
A osteoporose muitas vezes não apresenta sintomas e, por isso, costuma ser descoberta apenas depois da primeira fratura. Dados da ONG Fundação Internacional de Osteoporose (IOF) mostram que apenas 20% dos pacientes com fraturas osteoporóticas recebem diagnóstico ou tratamento adequados. “É uma doença silenciosa. Muitas pessoas quebram um osso e não sabem que isso aconteceu por causa da osteoporose. Por isso, é essencial capacitar e conscientizar os profissionais de saúde para identificar precocemente a baixa densidade óssea e oferecer o tratamento adequado”, reforça Júlio Arraes.
Além das limitações físicas, as fraturas comprometem a autonomia e a qualidade de vida. “Falar sobre prevenção é fundamental. Pequenas mudanças em casa, como retirar tapetes, instalar barras de apoio e garantir boa iluminação, podem salvar vidas”, destaca o médico. Outros aliados na prevenção são os hábitos saudáveis: uma alimentação rica em cálcio e vitamina D, junto à prática regular de atividades físicas que fortaleçam os músculos e melhorem o equilíbrio, ajudam a manter os ossos fortes e a reduzir o risco de quedas.
Fonte: Assessoria de Comunicação





















