Um relatório divulgado pelo Ministério Público Federal (MPF) aponta problemas em 11 unidades prisionais de Pernambuco. Entre os estabelecimentos penais está o Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife (RMR), que foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) em fevereiro para desarticular um esquema criminoso de privilégios a detentos, envolvendo o diretor da unidade e policiais penais.
O documento foi produzido pelo MPF ao longo de 2024 em meio às vistorias realizadas pelo Conselho Penitenciário do Estado de Pernambuco (Copen/PE), e deve subsidiar as investigações da Polícia Federal. O próprio Copen/PE também produzirá um documento com a análise das inspeções.
Além do Presídio de Igarassu, foram vistoriadas a Colônia Penal Feminina Bom Pastor, a Colônia Penitenciária Feminina de Abreu e Lima, o Complexo Penitenciário do Curado – presídios Frei Damião de Bozzano, Juiz Antônio Luiz Lins de Barros e Marcelo Francisco de Araújo -, o Centro de Saúde Penitenciário, a Penitenciária Barreto Campelo, o Centro de Observação Criminológica e Triagem Prof. Everaldo Luna (Cotel), a Unidade I do Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga e a Penitenciária Agroindustrial São João.
O relatório destaca irregularidades na quantidade e na qualidade da alimentação oferecida aos internos, havendo longos intervalos entre uma refeição e outra, superiores a 12 horas. O documento ainda registra “cozinhas com estrutura precária, cheiros fortes e ambientes com pouca iluminação, e condições impróprias para o manuseio de alimentos.”
Segundo o MPF, o reduzido investimento financeiro na manutenção das unidades, a superlotação do sistema carcerário e o baixo efetivo de policiais penais são irregularidades que persistem em Pernambuco. Em 2024, os profissionais na ativa somavam 1.318 agentes. A ausência de apoio ao deslocamento das famílias para visita aos internos também foi um ponto reforçado.