Uma nova variante do coronavírus foi identificada no Reino Unido. Segundo o Instituto Sanger, a nova variante está circulando desde novembro do ano passado e tem potencial de se tornar dominante. Apelidada de Orthrus (chamada cientificamente de CH.1.1), ela já representa um quinto dos casos na Inglaterra (23,3%) e é responsável por 100% dos testes positivos em pelo menos 15 distritos.
Como modelo de comparação, a variante BQ.1.1, intitulada Kraken, representa atualmente 3,6% dos casos no país, sendo descoberta em dezembro. Entretanto, os especialistas afirmam que mesmo a Orthrus sendo responsável pelo maior número de infecções, o kraken está crescendo mais rápido e é mais transmissível, além de possuir maior escape imunológico do que outras cepas em circulação.
Os dados da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido mostram que o Kraken tem uma vantagem de taxa de crescimento de 39% se comparado com a cepa dominante atual, enquanto a taxa de vantagem para Orthrus foi de 22%.
Apesar dos números, pesquisadores afirmam que ainda é cedo para dizer se a nova variante pode provocar casos mais graves da doença ou escapar da imunidade assegurada pelas vacinas bivalentes.
Os cientistas também descobriram que as subvariantes possuem peculiaridades genéticas. A Orthrus, por exemplo, tem uma mutação chamada P681R, que se assemelha com a da variante Delta e presume estar associado a uma maior capacidade do vírus de atacar as células e causar quadros graves da doença. A nova variante também contém mutação no gene R346T, que ajuda a cepa a combater os anticorpos gerados em resposta à vacina ou a infecção anterior.