O avanço da medicina pública em Pernambuco ganha mais um capítulo importante. No próximo sábado, dia 22, a partir das 9h, o urologista Eugênio Lustosa comandará uma cirurgia que, até então, era apenas demonstrativa no Sistema Único de Saúde (SUS): a enucleação a laser da próstata, também conhecida como Holep. O procedimento será realizado pela primeira vez no Hospital Alfa, em Boa Viagem, unidade pública de saúde administrada pela FGH (Fundação Gestão Hospitalar), e deve beneficiar dois pacientes encaminhados pela Secretaria Estadual de Saúde. A intenção é tornar a cirurgia de rotina na rede pública.
A técnica, minimamente invasiva, é indicada para o tratamento da hiperplasia prostática benigna (HPB), uma condição bastante comum entre os homens a partir dos 50 anos, caracterizada pelo aumento do tamanho da próstata. Esse crescimento pode causar sintomas como dificuldade para urinar, jato fraco, aumento da frequência urinária e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga. “É uma condição benigna, que não se transforma em câncer, mas pode comprometer muito a qualidade de vida se não for tratada adequadamente”, explica o urologista Eugênio Lustosa, que chefia a equipe responsável pela cirurgia.
A hiperplasia prostática benigna é uma condição não cancerosa, mas é importante diferenciar seus sintomas dos do câncer de próstata, que também pode provocar alterações urinárias. Por isso, o acompanhamento regular com o urologista é essencial para diagnóstico precoce e tratamento adequado. Entre os principais exames indicados estão o toque retal e o PSA (antígeno prostático específico), além de exames de imagem, quando necessário. O tratamento pode incluir o uso de medicações, mudanças no estilo de vida e, nos casos mais avançados, intervenção cirúrgica como a técnica que será conduzida por dr. Eugênio.
O que é a enucleação a laser da próstata
O procedimento a ser realizado utiliza um laser de alta precisão, o Holep, para remover o tecido prostático aumentado, sem necessidade de cortes externos. Todo o processo é feito por via endoscópica, ou seja, através da uretra. Por ser menos invasiva, a técnica reduz o sangramento, o tempo de internação e acelera a recuperação pós-operatória, quando comparada a cirurgias convencionais. “Esse tipo de cirurgia já é consagrado em centros de referência no exterior e começa a se consolidar no Brasil, agora também no âmbito do SUS. O objetivo é oferecer ao paciente um tratamento moderno, seguro e com melhores resultados clínicos”, destaca Eugênio Lustosa. Além do benefício direto aos pacientes, o procedimento representa um avanço para a urologia no serviço público, ampliando o acesso a tecnologias que antes estavam restritas ao sistema privado.
“Trazer uma técnica como a Holep para o SUS, fazendo com que se torne um procedimento rotineiro, é um passo importante na democratização da medicina de alta complexidade. Nosso foco é garantir que o paciente tenha acesso a um tratamento eficiente, com menos riscos e recuperação mais rápida”, reforça o urologista.






















