A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) acendeu um sinal de alerta diante do avanço expressivo do sorotipo 3 da dengue (DENV-3), considerado um dos mais agressivos do vírus.
Somente nos sete primeiros meses de 2025, o estado já confirmou mais de 150 casos desse tipo de dengue, um aumento quase dez vezes maior em relação aos 17 casos registrados ao longo de 2024 – e mais de 35 vezes em comparação com os apenas quatro casos contabilizados em 2023.
A circulação do sorotipo 3 foi detectada em diferentes áreas do estado, incluindo a Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata, Agreste e Sertão. Esse padrão já configura um comportamento epidêmico, segundo as autoridades sanitárias.
Diante do risco, a secretaria intensificou as ações de vigilância e mobilizou agentes de saúde para reforçar o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Entenda a dengue tipo 3
Existem quatro sorotipos diferentes de dengue: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 e todos eles podem produzir formas assintomáticas, brandas e graves da doença. O DENV-3, no entanto, é historicamente associado a quadros mais severos, com maior risco de complicações e óbitos, principalmente em pessoas que já foram infectadas por outro sorotipo no passado.
Isso ocorre porque, quando uma pessoa contrai a dengue por um sorotipo e depois é infectada por outro diferente, o sistema imunológico pode reagir de forma mais intensa, o que aumenta o risco de dengue grave, também chamada de dengue hemorrágica.
Uma pessoa pode ter dengue até quatro vezes ao longo da vida, já que ser infectada por um dos sorotipos não garante imunidade aos outros.