O Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), agência europeia do clima informou ontem, quarta-feira (07) que o mês passado foi o janeiro mais quente já registrado na Terra.
Janeiro também foi o oitavo mês seguido de recorde de calor para cada mês específico do ano — desde junho de 2023, que foi o mês de junho mais quente já registrado. E, pela primeira vez, o mundo teve um período de 12 meses (fevereiro de 2023 a janeiro de 2024) com a temperatura média mais que 1,5° Celsius acima da do período pré-industrial, usado como marco do início do aquecimento global.
Tanto o Copernicus quanto a Organização Mundial de Meteorologia haviam alertado que 2024 deveria seguir a tendência de aquecimento e até superar 2023, o ano mais quente já registrado. Por trás de tanto calor está uma combinação de El Niño com mudanças climáticas, disseram os cientistas do Copernicus.
A vice-diretora da agência, Samantha Burguess, declarou em nota que “2024 começa não apenas com outro recorde mensal, mas com a superação do limite de 1,5°C em relação ao período pré-industrial. A rápida redução das emissões dos gases-estufa é a única forma de evitar que as temperaturas continuem a subir”.
A temperatura média do planeta foi de 13,14°C — 0,70°C acima da média para janeiro no período de 1991-2020. Também é 0,12°C acima do janeiro mais quente até então, o de 2020. O mês foi 1,66°C mais quente que a média estimada para janeiro de 1850 a 1900, usado como referência para o período pré-industrial.
Menos de 14°C não parece muita coisa, mas a conta também considera os extremos de frio, pois o Hemisfério Norte está no inverno e o Norte da Europa teve em 2024 nevascas e temperaturas glaciais de até -40°C. A temperatura média dos últimos 12 meses (fevereiro de 2023 a janeiro de 2024) também é recorde. Ela está 1,52°C acima do período pré-industrial e supera a elevação de 1,5°C fixada pelo Acordo de Paris como o limite para evitar mudanças catastróficas e prevista para não antes de 2030.