O Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial de mortes por sinistros no trânsito, atrás apenas da Índia e da China, que apresentam frotas de 30 milhões e 250 milhões de veículos respectivamente, ante os 115 milhões em nosso país. No ano passado, o Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito indicou um número superior a 907 mil sinistros envolvendo a frota brasileira, resultando em mais de 18,6 mil pessoas mortas e cerca de 1,3 milhão feridas.
O estado de Pernambuco acompanha os altos índices de todo o país. O Sistema de Informação sobre Acidentes de Transporte Terrestre (Sinatt), ligado à Secretaria Estadual de Saúde, aponta mais de 38 mil notificações de vítimas, parte delas encaminhada ao Hospital Metropolitano Norte Miguel Arraes (HMA/FGH), em Paulista.
O HMA é referência no atendimento a casos de Clínica Médica, Cirurgia Geral e Traumato-ortopedia na RegiMetropolitana Norte do Recife e lida, diariamente, com notificações de vítimas de sinistros de trânsito. “É o perfil mais frequente na unidade. Isso por sermos um serviço de urgência e emergência em especialidades que atendem a essas ocorrências, e por estarmos localizados numa região apoiada por duas rodovias, uma estadual e outra federal, que são ligação da capital a diversas cidades da Zona da Mata e, portanto, de intenso movimento”, explica o ortopedista e traumatologista Sormane Britto, diretor geral do HMA.
Em 2022, o Miguel Arraes recebeu 1.224 vítimas de sinistros de trânsito, 56,5% delas na idade produtiva de 20 a 39 anos. A motocicleta continua sendo o meio de locomoção mais arriscado, respondendo por 74% das vítimas que dão entrada na unidade. O condutor de moto é, inclusive, um dos alvos do Movimento Maio Amarelo, que completa 10 anos e traz como tema “No trânsito, escolha a vida”.
De acordo com Sormane Britto, 82% dos casos de sinistros de trânsito atendidos na unidade representaram fraturas, podendo deixar sequelas permanentes: “para se ter uma ideia, do total de acidentados, quase 54% tiveram os membros inferiores atingidos, representando o típico sinistro envolvendo motocicleta”. O especialista alerta, ainda, para a obediência às regras do trânsito, que evitam acidentes e reduzem o número de pessoas mutiladas e mortas, além de diminuírem também a superlotação dos hospitais. “O Movimento Maio Amarelo procura levar essa conscientização à população, levantando temas que chamam atenção para a redução do número de sinistros e, consequentemente, de feridos e mortos no trânsito”, destaca. Uma tarefa árdua. Apenas nos três primeiros meses de 2023, o Hospital Miguel Arraes registrou 354 notificações de vítimas de sinistros no trânsito, 68 a mais que no mesmo período do ano passado.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Hospital Miguel Arraes / Imagem: Tolife