O Grande Recife registrou uma inflação de 0,36% em agosto, a sexta maior entre as 16 capitais e regiões metropolitanas onde é medido o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No Brasil, o percentual foi mais baixo, de 0,23%. Houve um pequeno recuo em relação a julho, quando o índice foi de 0,40%, mas a inflação local foi mais alta do que a média nacional pelo quarto mês consecutivo. Os números foram divulgados nesta terça-feira (12) pelo IBGE.
No acumulado de janeiro a agosto, a Região Metropolitana do Recife (RMR) teve o sétimo menor percentual do país, com inflação de 3,31%, porcentagem ligeiramente superior à do Brasil (3,23%). A variação acumulada dos últimos 12 meses (setembro de 2022 a agosto deste ano) foi a quarta maior do país, de 5,16%, empatada com Aracaju. A inflação brasileira do período, por sua vez, foi de 4,61%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IPCA em agosto, cinco tiveram inflação e quatro apresentaram deflação no Grande Recife. O maior índice foi registrado na categoria Transportes (1,18%), pressionada pelo aumento do preço dos combustíveis, especialmente do óleo diesel.
Na sequência, estão Saúde e cuidados pessoais (1,15%), Despesas pessoais (0,76%), Habitação (0,72%) e Artigos de residência (0,38%). As atividades com deflação foram Comunicação (-0,01%), Educação (-0,01%), ambas próximas à estabilidade, além de Vestuário (-0,18%) e Alimentação e bebidas (-0,82%). “As quedas mais expressivas dentro desse último grupo foram de 5,17% no subgrupo de tubérculos, raízes e legumes, seguidos pela retração de 3,57% no preço das hortaliças e verduras e pela redução de 3,31% no preço das aves e ovos”, aponta a economista e gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita.
Os cinco itens calculados pelo IPCA que apresentaram maior aumento de preço foram o óleo diesel (12,68%), laranja-pera (4,77%), banana-da-terra (4,36%), energia elétrica residencial (3,98%) e serviços de manicure (3,66%). Por outro lado, os cinco produtos com maior queda são todos de alimentos e bebidas: alface (-11,62%), melão (-8,83%), ovo de galinha (-8,67%), batata-inglesa (-7,41%) e cenoura (-7,23%).
“Ao longo do ano, o grupo de alimentação, o de maior influência no cálculo do índice e no orçamento das famílias, acumulou alta de 0,46%, mas também registrou quedas expressivas no preço de mercadorias importantes, como nos óleos e gorduras (-11,30%) e nas carnes (-9,57%)”, completa Fernanda Estelita.
SOBRE O IPCA
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados de 29 de julho a 29 de agosto de 2023 (referência) com os preços vigentes entre 29 de junho e 28 de julho de 2023 (base). O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.