O Banco Central do Brasil se encaminha para um terceiro corte de 0,5 ponto na taxa Selic. Isso mantém um ritmo constante de flexibilização à medida que o cenário econômico global e geopolítico se deteriora.
O terceiro corte, se concretizado, ocorrerá na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em 1º de novembro, reduzindo a taxa de crédito para 12,25%. O Banco Central do Brasil encerrou uma “pausa hawkish” que manteve as taxas em 13,75% desde agosto de 2022 após uma política anti-inflação.
Uma pesquisa, como mostra a Reuters, envolvendo 40 economistas revelou que todos esperam que o Copom anuncie o corte na taxa. Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuh (BMB), afirma que o Copom manterá o tom da última declaração, indicando que manterá o ritmo de flexibilização na próxima reunião.
Influências da geopolítica
Rostagno menciona que os riscos no exterior estão crescendo, com o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos e os riscos geopolíticos, que podem gerar choques nos preços do petróleo.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA estão preocupando as economias de mercados emergentes, que viram saídas líquidas de US$ 13,8 bilhões no mês passado. Além disso, o conflito no Oriente Médio acrescenta novos riscos às projeções dos bancos centrais, com o aumento dos custos de energia pairando sobre uma economia global já enfraquecida.
O Banco Central do Brasil mantém sua abordagem “parcimoniosa” com taxas reais elevadas, evitando a fuga de capitais. Embora essa estratégia esteja prejudicando a atividade econômica, a inflação de serviços ainda é resiliente e as expectativas de inflação continuam acima da meta central.
Embora a inflação quinzenal comportada possa alimentar especulações de cortes de 0,75 ponto nos próximos meses, a maioria dos analistas prevê a Selic em 11,75% no final de 2023. No entanto, três deles antecipam uma redução para 11,50% – o que implica uma redução de 0,75 ponto na próxima reunião do Copom em dezembro.