Foto: Annelize Tozzetto
Uma das mais importantes obras do escritor João Ubaldo Ribeiro, O ‘Viva o Povo Brasileiro’,
ganhou versão musical inédita para o teatro. Com produção da carioca Sarau Cultura
Brasileira, o espetáculo foi escalado para abrir o 22º Festival Recife do Teatro Nacional, em 16 de novembro, no Teatro do Parque, com segunda apresentação no dia seguinte, ambas às 19h. O público do Recife será o primeiro a assistir à montagem após sua celebrada
temporada de estreia no Rio de Janeiro.
Igualmente tendo a capital pernambucana como primeiro palco depois de casa, ‘Azira’i’
será encenado dias 18 e 19, às 18h, no Teatro Apolo. A obra reflete sobre as memórias da
atriz Zahy Tentehar que, neste solo autobiográfico, resgata sua vivência com a mãe, Azira’i,
a primeira mulher pajé da reserva indígena de Cana Brava, no Maranhão.
“É com muita alegria que a Sarau estará presente no 22º Festival Recife do Teatro Nacional.
O musical ‘Viva o Povo Brasileiro (De Naê a Dafé)’ abrirá esta edição do festival, seguido do
monólogo ‘Azira’i’. Dois espetáculos que estrearam recentemente no Rio de Janeiro e estão
iniciando suas trajetórias pelo país. Dois projetos que falam da nossa formação, da nossa
identidade brasileira. E o Festival Recife do Teatro Nacional há 22 edições tem a importante
missão de difusão e melhor distribuição dos bens culturais do nosso país. Estamos muito
felizes e honradas com o convite”, celebram Andréa Alves e Leila Maria Moreno, da Sarau
Cultura Brasileira.
VIVA O POVO BRASILEIRO (DE NAÊ A DAFÉ)
Clássico do escritor João Ubaldo Ribeiro, ‘Viva o Povo Brasileiro’ deu ao autor o Prêmio
Jabuti quando lançou o livro. Poderosa, a publicação foi enredo da Império da Tijuca em
1987. Agora, o romance ganha uma inédita versão musical para o teatro, produzida pela
Sarau Cultura Brasileira. ‘Viva o Povo Brasileiro (De Naê a Dafé)’ conta com 30 músicas
originais compostas por Chico César, a partir de letras inspiradas ou que utilizam parte
textual da obra de Ubaldo. A direção musical e trilha original são de João Milet Meirelles,
da banda BaianaSystem.
A pesquisa para a montagem teve início na investigação de
doutorado feita na Universidade de Lisboa pelo diretor André Paes Leme, que já adaptou
com sucesso, da literatura para o teatro, ‘A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa’, ‘A
hora e vez de Augusto Matraga’ e ‘Engraçadinha’.
O desejo de falar do que seria esse povo brasileiro a partir da ótica crítica e do humor de
João Ubaldo Ribeiro provocou o nascimento do projeto. “Não há possibilidade de entender o
povo brasileiro sem compreender que todos nós somos o povo brasileiro, desde os povos
originários até os imigrantes que chegaram muito tempo depois. Criamos esse espetáculo,
que praticamente pega um terço do livro, mas traz a essência da obra ligada à ideia de
ancestralidade, de espiritualidade, da luta contra a escravidão, por uma igualdade e justiça
social. O texto é especialmente conectado à força feminina, que é algo muito forte a partir
da personagem da Maria Dafé, que é a grande heroína”, diz André.
SERVIÇO
Viva o Povo Brasileiro (De Naê a Dafé)
Dias 16 e 17 de novembro, às 19h
Teatro do Parque: Rua do Hospício, 81, Boa Vista
160 minutos | 14 anos | Musical
Entrada gratuita. Os ingressos devem ser retirados na bilheteria do teatro uma hora antes
de cada sessão
Azira’i
Dias 18 e 19 de novembro, às 18h
Teatro Apolo: Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife
80 minutos | 12 anos | Musical
Entrada gratuita. Os ingressos devem ser retirados na bilheteria do teatro uma hora antes
de cada sessão