Foto: Reprodução/Partido Liberal
O ex-presidente Jair Bolsonaro reuniu milhares de apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo, 25, em uma tentativa de mostrar apoio popular em meio às investigações contra ele.
O ato teve discursos do próprio Bolsonaro, de Michelle Bolsonaro, de Silas Malafaia e de Tarcísio, entre outros.
Em sua fala, o ex-presidente defendeu a pacificação do país e um projeto de anistia para os presos das manifestações de 8 de janeiro de 2023. Ele também rebateu as acusações de que teria planejado um golpe de Estado que foram feitas na operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal e da Procuradoria Geral da República, autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal)
“O que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado. É buscar uma maneira de nós vivermos em paz. É não continuarmos sobressaltados. É por parte do parlamento brasileiro, Nikolas, Gayer, Zucco, Feliciano, meus colegas aqui do lado, é uma anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília. Nós não queremos que seus filhos sejam órfãos de pais vivos”, disse.
“Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridades no Brasil. Agora nós pedidos a todos os 513 deputados e 81 senadores um projeto de anistia para que seja feita justiça no Brasil”, afirmou Bolsonaro. Ele disse que quem praticou vandalismo em 8 de janeiro de 2023 deve pagar, mas as penas que estão sendo impostas “fogem ao mínimo da razoabilidade”.
Bolsonaro negou a intenção de fazer um decreto de Estado de Sítio ou Estado de Defesa. Ele disse ainda que para fazer isso ele teria que ter convocado os conselhos de Defesa e da República. Depois, a suposta proposta ainda teria que ser votada pelo Parlamento. Ele disse que seus acusadores querem emplacar a tese de que um golpe estava em gestação.
O ex-presidente também deu a entender que a presença de grande quantidade de pessoas no ato deste domingo mostraria que o ex-presidente Lula não teria o povo a seu lado. “Com essa fotografia mostramos que podemos ver um time de futebol sem torcida ser campeão, mas não conseguimos entender como existe um presidente sem povo ao seu lado”, disse.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o cálculo da Polícia Militar é de que 600 mil pessoas se concentraram na avenida – o número sobe para cerca de 750 mil, considerando as ruas adjacentes.
Outras projeções, no entanto, indicam um comparecimento bem mais baixo do que o divulgado pelas autoridades paulistas. Pesquisadores do Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de de São Paulo (USP), estimam que o máximo de presentes na manifestação foi de aproximadamente 185 mil pessoas, registrados por volta das 15h. O cálculo foi feito com base no método Point to Point Network (P2PNet), algoritmo que identifica o número de cabeças em fotos aéreas tiradas por drones.