Foto: EFE / Alberto Estévez
Começou nesta segunda-feira (05), o julgamento do ex-jogador Brasileiro, Daniel Alves, acusado de ter estuprado uma mulher em uma boate em Barcelona. O julgamento — que acontece em um tribunal na Espanha— deve ocorrer até a próxima quarta-feira (7).
No início da sessão, a advogada de Alves afirmou que o jogador se diz vítima de um “tribunal paralelo”, feito pela opinião pública. A defesa pediu a anulação do julgamento. O Tribunal também confirmou que a jovem que acusa Daniel Alves prestará depoimento, que ocorrerá em uma sala privada e sem acesso da imprensa.
As sessões terão depoimentos de Alves e de 28 testemunhas que estavam na boate de Barcelona na noite em que o suposto estupro ocorreu, em 30 de dezembro de 2022. Elas foram indicadas para participar do julgamento tanto pela defesa quanto pela acusação.
Além de Alves, seis testemunhas prestarão depoimento nesta primeira sessão. As outras 22 testemunhas falarão no dia seguinte. Já a última sessão, em 7 de fevereiro, será dedicada a trâmites periciais, que entregarão um relatório e conclusões.
Minutos após o início do julgamento, a defesa do ex-atleta pediu a suspensão do julgamento após afirmar que o juiz não aceitou que um segundo perito examinasse a vítima.
Em 7 de fevereiro, a sessão será voltada para trâmites periciais, e a juíza do caso, Isabel Delgado Pérez, ficará encarregada de elaborar a sentença. A defesa da mulher que acusa o jogador solicitou uma condenação de 12 anos de prisão, enquanto os advogados do acusado tentam resolver o julgamento por meio de um acordo.
Relembre o caso
No dia 21 de março de 2023, o Tribunal de Barcelona rejeitou o pedido feito pela defesa do jogador brasileiro para que o atleta respondesse ao processo em liberdade. Na decisão, os três juízes responsáveis, Eduardo Navarro, Myriam Linage e Carmen Guil, alegaram que há risco de fuga de Daniel Alves para o Brasil, além de diversos indícios do crime cometido pelo jogador de 39 anos.
Daniel deu cinco versões para o ocorrido na boate Sutton, em 31 de dezembro de 2022. A princípio, ele havia negado qualquer tipo de abuso, afirmou que estava apenas dançando na boate e que nem sequer conhecia a mulher, em entrevista a uma emissora espanhola, dia 5 de janeiro. Após, chegou a admitir que houve sexo.
As investigações podem levar a uma punição severa ao brasileiro. Desde outubro de 2022, vigora na Espanha a Lei de Garantia da Liberdade Sexual, conhecida popularmente como lei do “só sim é sim”, e diz respeito ao que configura sexo consensual (atual versão defendida por Daniel Alves).
A denúncia se assemelha ao caso do ex-atacante Robinho, que no no passado foi condenado de forma definitiva pela Justiça italiana a nove anos de prisão pelo crime de violência sexual em grupo contra uma jovem albanesa, ocorrido em 22 de janeiro de 2013, em uma casa noturna de Milão. O ex-jogador segue vivendo em liberdade em Santos (SP), pois o Brasil não extradita seus cidadãos.