O prefeito do Recife, João Campos sancionou duas leis que concedem a Ciranda e os Maracatus de Baque Solto e de Baque Virado o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Recife. As leis foram publicadas na edição desta quinta-feira (21) do Diário Oficial do Município.
Além de reconhecer a importância cultural e religiosa dessas manifestações culturais, a gestão municipal também sancionou a Lei 19.188, instituindo o Dia Municipal do Maracatu de Baque Solto, que será comemorado anualmente em 12 de novembro.
Os quatro projetos de lei são de autoria do vereador Almir Fernando (PSB) e foram aprovados pela Câmara Municipal do Recife em setembro e agosto do ano passado. As sanções aconteceram na segunda-feira (18).
O maracatu é considerado Patrimônio Vivo de Pernambuco desde 2005 e recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil em 2014. A ciranda também recebeu esse título nacional, em agosto de 2021, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan).
A Ciranda
É uma manifestação cultural que envolve dança, música e canto. Ela é muito comum em Pernambuco e na Paraíba e chegou ao Recife na década de 1960. Os cirandeiros se reúnem em uma roda e marcam o ritmo determinado por instrumentos de percussão.
Maracatu de baque solto:
Também é chamado de maracatu rural, teve origem na Zona da Mata do estado, em terreiros e engenhos de cana-de-açúcar. O personagem mais imponente é o caboclo de lança. A dança e os versos improvisados remetem a como os canavieiros brincam o carnaval. Ao todo, existem 115 grupos de maracatu de baque solto em Pernambuco, segundo o Iphan.
Maracatu de baque virado:
É chamado também de maracatu nação. Fica mais concentrado no Grande Recife e surgiu nas senzalas e traz uma corte para representar a coroação dos reis negros. Essa manifestação cultural envolve performances musicais e coreográficas, além do ritual de sincretismo religioso afro-brasileiro. Pernambuco tem cerca de 30 grupos que mantêm viva essa tradição, segundo a Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco (Amanpe).